Senhor, fazei de mim
Um instrumento de comunicação.
Onde tantos enviam bombas e destruição,
Que eu leve uma palavra de união!
Onde tantos procuram ser servidos,
Que eu leve a alegria de servir!
Onde tantos fecham a mão para bater,
Que eu abra meu coração para acolher!
Onde tantos endeusam a técnica,
Que eu saiba humanizar a pessoa!
Onde a vida perdeu o sentido,
Que eu leve o sentido de viver!
Onde tantos me pedem um peixe,
Que eu saiba ensinar a pescar!
Onde tantos me pedem um pão,
Que eu saiba ensinar a plantar!
Onde tantos estão sempre distantes,
Que eu seja alguém sempre presente!
Onde tantos sofrem de solidão que faz morrer,
Que eu seja o amigo que faz viver!
Onde tantos morrem na matéria que passa,
Que eu viva no espírito que fica!
Onde tantos olham para a terra,
Que eu olhe para o céu!
Pe. Atílio Hartmann, S. J.
A oração poética, escrita pelo Pe. Hartmann, se refere ao século passado, marcado principalmente pela ocorrência das duas Grandes Guerras Mundiais e o surgimento de inúmeras crises espalhadas pelo mundo. Nela, o autor se utiliza de paradoxos que nos fazem refletir sobre o que de fato acontece e o desejo de agir ao contrário da grande maioria.
Num mundo tão conturbado e ainda sofrendo os desastres da ignorância humana, Hartmann chama a atenção para o “ser diferente”, caminhar na direção oposta do mal. Realmente, a bondade e a verdade são como códigos que nos distinguem das outras pessoas.
É preciso trabalhar o que cada um tem de mais especial em favor do bem comum e mais do que simples gestos, estaremos mostrando a nossa personalidade ao doar aquilo que temos de melhor, pedindo sempre a orientação que vem do Alto!
Lívia Simões
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