sábado, 30 de outubro de 2010

Precisamos de Santos


“Precisamos de Santos sem véu  ou batina. 
Precisamos de Santos de calças jeans e tênis. 
Precisamos de Santos que vão ao cinema, ouvem música e passeiam com os amigos.
Precisamos de Santos que coloquem Deus em primeiro lugar, mas que se "lascam" na faculdade.

Precisamos de Santos que tenham tempo todo dia para rezar e que saibam namorar na pureza e castidade, ou que consagrem sua castidade.
Precisamos de Santos modernos, santos do século XXI, com uma espiritualidade inserida em nosso tempo. 

Precisamos de Santos comprometidos com os pobres e as necessárias mudanças sociais.
Precisamos de Santos que vivam no mundo, se santifiquem no mundo, que não tenham medo de viver no mundo. 

Precisamos de Santos que bebam coca-cola e comam hot dog, que usem jeans, que sejam internautas, que escutem disc man. 
Precisamos de Santos que amem apaixonadamente a Eucaristia e que não tenham vergonha de tomar um refrigerante ou comer uma pizza no fim de semana com os amigos. 
Precisamos de Santos que gostem de cinema, de teatro, de música, de dança, de esporte. 
Precisamos de Santos sociáveis, abertos, normais, amigos, alegres, companheiros. 
Precisamos de Santos que estejam no mundo; e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo, mas que não sejam mundanos".
(Papa João Paulo II)

Louvar a Deus além do sofrimento

          
            “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”. Mateus 11:28
            Todos nós estamos sujeitos ao sofrimento, seja qual for a maneira como ele aconteça, através de uma doença, uma perda de alguém que amamos, uma falta de perdão, a solidão... não importa, ninguém escapa das tribulações da vida.
            Às vezes elas se dão como desafios ou oportunidades de auto-superação, outras vezes elas serão como o que costumo chamar de testes de fé, quando o fardo parece pesado demais para suportar e então o inimigo aproveita nosso cansaço, nossa fraqueza para nos colocar contra Nosso Pai, para nos dar a vontade de desistir de viver e de procurar a saída dos nossos problemas nas coisas inúteis deste mundo. É quando tudo parece dar errado e sentimos uma profunda ausência de Deus, quando, na verdade, Ele está mais perto do que podemos imaginar.
Assim como Deus provou Seu amor à humanidade enviando Seu Filho Unigênito para morrer em nosso lugar e nos livrar da perdição eterna, assim também temos que provar nosso amor a Ele nas horas mais difíceis, mesmo que não consigamos ver Sua presença tão nitidamente naquele momento. “Pois é pelo fogo que se experimentam o ouro e a prata, e os homens agradáveis a Deus, pelo cadinho da humilhação” (Eclo. 2,5). Ora, seria muito fácil acreditar em Deus somente quando tudo está bem ou quando aquilo que pedíamos acontece.
Mas quando se experimenta Seu amor, também se experimenta o deserto, quando é preciso caminhar com as próprias pernas, amadurecendo a fé durante a caminhada, dia após dia. Não significa que estamos sozinhos, mas que a partir daquele momento temos a oportunidade de enaltecer a nossa confiança, apesar de tudo aquilo de ruim que nos acontece.
Mesmo que o tentador nos diga que estamos sozinhos, que Deus não tem cuidado de nós, que nossas orações não serão atendidas e que de nada adianta rezar porque mesmo rezando as coisas não acontecem como esperávamos, não devemos dar ouvidos a tentação! Seu propósito é nos afastar da Luz e de nos manter na escuridão até que percamos a fé em Cristo. O problema é que muitos confiam, mas quando os dias de sofrimento chegam, quando tudo já não está mais tão claro, quando é mais preciso se abandonar em Deus, é exatamente quando muitos O largam porque deram ouvidos ao demônio.
Meus irmãos, nem sempre Deus nos falará através de grandes acontecimentos, de milagres ou aparições, mas também através das pequenas coisas do dia-a-dia. Só quando nos damos conta disso é que percebemos que Ele nunca Se afastou. É preciso ter discernimento, pra saber quando Deus nos fala, o que é bom e o que não é.
No entanto, nenhum sofrimento deste mundo pode superar Seu amor porque este é infinitamente maior! Os dias obscuros passarão, o sofrimento passará. Só Deus permanece e Ele decidiu permanecer ao nosso lado!
Nossa parte é confiar. A confiança gera o louvor. Assim como Maria aceitou pela confiança o Plano Divino de conceber Jesus e louvou a Deus no Magnificat, assim também nós devemos confiar e louvá-lO sempre. Louvá-lO por ter nos dado o dom de viver, a oportunidade de aprender, de amar, de fazer a diferença para um mundo melhor e principalmente, de anunciá-lO a todos aqueles que não têm esperança nem O conhecem.
Nossa parte é dizer sim a Vida e agradecê-lO com cânticos de louvor pelas graças que recebemos todos os dias! O louvor liberta e cura. Através dele, Jesus age mais livre e rapidamente sobre as nossas misérias e nossas orações se tornam ainda mais eficazes.
Nossa parte é não desistir de Deus assim como Ele jamais desistiu de nós.

Lívia Simões 

                                 

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Outubro: Mês das Missões

Ser Missionário não é privilégio de determinadas pessoas, mas a essência de ser cristão. E anunciar o Evangelho é responsabilidade de toda a comunidade para viver a fé. Portanto, nenhuma comunidade é fiel à sua vocação se não é missionária. 
Ser missionário não é só percorrer grandes distâncias, ir para outros países, mas a difícil viagem de sair de si mesmo, ir ao encontro do outro, ir ao encontro do "diferente", ir ao encontro do marginalizado - o preferido de Jesus.
Jesus, no início de seu ministério, escolheu os doze apóstolos para viver em comunhão com Ele e lhes explicava o mistério do Reino (Mc 11,33-34). Também agiu da mesma forma com o grupo de setenta e dois discípulos (Lc 10,17-20), pois Ele demonstra claramente que quer falar-lhes ao coração. Hoje somos nós que temos a obrigação de ouvir Jesus, por isso é importante a meditação, o silêncio e a oração para que possamos entender porque Jesus prefere os marginalizados. No entanto, não podemos ficar só contemplando. Temos o dever, como batizados, de levar Jesus Cristo a todas as pessoas, principalmente aquelas que mais sofrem: os abandonados, os marginalizados e tantas outras pessoas que a sociedade ignora.
Outro ponto importante para o Discípulo e Missionário é a comunhão, que não é apenas o ato de comungar, porque a comunhão engloba a partilha, o amor, a justiça, a caridade e tudo o mais que Jesus ensinou em seu Evangelho, pois ela é a fonte e o ponto mais alto da vida cristã. Na Eucaristia nutrem-se as novas relações evangélicas que surgem do fato de sermos filhos e filhas do Pai e irmãos e irmãs de Jesus Cristo.
Portanto, a própria natureza do cristianismo consiste, em reconhecer a presença de Jesus Cristo e segui-lo. Essa foi a maravilhosa experiência daqueles primeiros discípulos que, encontrando Jesus, ficaram fascinados e cheios de assombro frente a excepcionalidade que lhes falava, diante da maneira como os tratava, coincidindo com a fome e sede de vida que havia em seus corações.
Outro ponto importante que como discípulos e missionários temos é o nosso encontro com Jesus através do Sacramento da reconciliação, que é o lugar onde experimentamos de maneira singular o encontro com Jesus Cristo, que se compadece de nós e nos dá o dom de seu perdão misericordioso, nos faz sentir que o amor é mais forte que o pecado cometido, nos libera de tudo o que nos impede de permanecer em seu amor, nos devolve a alegria e o entusiasmo de anunciá-lo aos demais de coração aberto e generoso.
Entre todos os Discípulos e Missionários de Jesus Cristo, está Maria, a máxima realização da existência cristã como um vivente trinitário de “filhos no Filho” que nos é dada na Virgem Maria que, através de sua fé (Lc 1,45) e obediência à vontade de Deus (Lc 1,38), assim como por sua constante meditação da Palavra e das orações de Jesus (Lc 19,51), é a discípula mais perfeita do Senhor. Interlocutora do Pai em seu projeto de enviar o Verbo ao mundo para a salvação humana. Com sua fé, Maria chegou a ser o primeiro membro da comunidade dos crentes em Cristo. Ela viveu completamente toda a peregrinação da fé como Mãe de Jesus Cristo, e depois dos discípulos, sem estar livre da incompreensão e da busca constante do projeto do Pai. Alcançou desta forma, o fato de estar ao pé da cruz em comunhão profunda, para entrar plenamente no mistério da Aliança.
Como mãe de tantos, fortalece os vínculos fraternos entre todos, estimula a reconciliação e o perdão e ajuda os discípulos de Jesus Cristo a se experimentarem como família, a família de Deus.
Temos que sair de nós mesmos e estar disponíveis para auxiliar o nosso próximo que pode estar em nossa própria casa ou em nosso trabalho. Por isso é importante a humildade e o serviço para que possamos levar as mensagens de Jesus Cristo, sem distinção, sem escolha de categoria social, mas como o próprio Jesus nos ensinou: “o que fizerdes ao menor dos meus irmãos é a Mim que estarás fazendo”. 

Adaptado do texto de: Adilson Ary Todeschi
Presidente da CNCMB



terça-feira, 26 de outubro de 2010

A importância do Sinal da Cruz

(†) Pelo sinal da Santa Cruz,
(†) livrai-nos Deus, nosso Senhor,
(†) dos nossos inimigos,
(†) em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!

      Quantas pessoas fazem o Sinal da Cruz, ou como se costuma dizer, o “Pelo Sinal” antes das orações, ou pelo menos uma vez ao dia? A impressão que temos é que o número é bastante reduzido, especialmente entre os mais jovens. A maioria faz às vezes de modo displicente, como um salamaleque, o “Em nome do Pai”, ficando apenas no gesto, sem invocar a Santíssima Trindade.
      O Sinal da Cruz é uma oração importante que deve ser rezada logo que acordamos, como a nossa primeira oração, para que Deus, pelos méritos da Cruz de Seu Divino Filho, nos proteja durante todo o dia. Com este Sinal, que é o sinal do cristão, nós pedimos proteção contra os nossos inimigos. Que inimigos? Todos aqueles que atentem contra a nossa pessoa, para nos causar tanto males físicos, quanto espirituais. O Sinal da Cruz, feito antes de iniciarmos as nossas orações, nos predispõe a bem rezar.

† Pelo sinal da Santa Cruz: ao traçarmos a primeira cruz em nossa testa, nós estamos pedindo a Deus que proteja a nossa mente dos maus pensamentos, das ideologias malsãs e das heresias, que tanto nos tentam nos dias de hoje e mantendo a nossa inteligência alerta contra todos os embustes e ciladas do demônio;
† Livrai-nos Deus, Nosso Senhor: com esta segunda cruz sobre os lábios, estamos pedindo para que de nossa boca só saiam palavras de louvor: louvor a Deus, louvor aos seus Santos e aos seus Anjos; de agradecimento a Deus, pois tudo o que somos e temos são frutos da Sua misericórdia e do Seu amor e não dos nossos méritos; que as nossas palavras jamais sejam ditas para ofender o nosso irmão.
† Dos nossos inimigos: esta terceira cruz tem como objetivo proteger o nosso coração contra os maus sentimentos: contra o ódio, a vaidade, a inveja, a luxúria e outros vícios; fazer dele uma fonte inesgotável de amor a Deus, a nós mesmos e ao nosso próximo; um coração doce, como o de Maria e manso e humilde como o de Jesus.

Fonte: http://harmoniacelestial.wordpress.com/2010/10/page/2/

Carta resposta de Pe. Zezinho a um protestante

      O texto que se segue foi extraído do jornal da Comunidade Luz da Vida  de Goiânia-GO.  Trata-se de uma carta resposta do Padre Zezinho a um jovem protestante que lhe escreveu.
      Pequeno trecho da carta de Paulo Souza ao Padre Zezinho:
      “Eu, evangélico e ex-católico.
       Maria não pode nada. Menos ainda as imagens dela que vocês adoram. Sua igreja continua idólatra. Já fui católico e hoje sou feliz porque só creio em Jesus. Você com suas canções é o maior propagador da idolatria Mariana. Converta-se enquanto é tempo. Senão vai para o inferno com suas canções idólatras...”
Paulo Souza, São Paulo-SP. 

       A resposta

       Paulo.
       Paz no Cristo que você acha que achou!
       Sua carta chega a ser cruel. Em quatro páginas você consegue mostrar o que um verdadeiro evangélico não deve ser. Seus irmãos mais instruídos na fé sentiriam vergonha de ler o que você disse em sua carta contra nós católicos e contra Maria.
       O irônico de tudo isso é que enquanto você vai para lá agredindo a Mãe de Jesus e diminuindo o papel dela no cristianismo, um número enorme de evangélicos fala dela, hoje, com o maior carinho e começa a compreender a devoção dos católicos por ela. Você pegou o bonde atrasado e na hora errada e deve ter ouvido pastores errados, porque, entre os evangélicos, tanto como entre nós católicos, Maria é vista como a primeira cristã e a figura mais expressiva da evangelização depois de Jesus. Eles sabem da presença firme e fiel de Maria ao lado do Filho Divino.
       Evangélico hoje, meu caro, é alguém que pautou sua vida pelos evangelhos e por isso respeita os outros e não nega Maria. Pode haver diferenças, mas para ser um bom evangélico não é preciso agredir nem os católicos nem a Mãe de Jesus. Você é muito mais antimariano do que cristão ou evangélico.
Seu negócio é agredir Maria e os católicos. Nem os bons evangélicos querem gente como você no meio deles.
       Quanto ao que você afirma, que nós adoramos Maria, sinto pena de você. Enquanto católico, segundo você mesmo afirma, já não sabia quase nada de Bíblia por culpa da nossa Igreja, agora que virou evangélico parece que sabe menos ainda de Bíblia, de Jesus, de Deus e do Reino dos Céus. Está confundindo culto de veneração com culto de adoração, está caluniando quem tem imagens de Maria em casa ao acusá-los de idólatras.
       Ora, Paulo, há milhões de católicos que usam das imagens e sinais do catolicismo de maneira serena e inteligente. Se você usava errado teria que aprender. Ao invés disso foi para outra Igreja aprender a decidir quem vai para o céu e quem vai para o inferno. Tornou-se juiz da fé dos outros. Deu um salto gigantesco em seis meses, de católico tornou-se evangélico, pregador de sua Igreja e já se coloca como a quarta pessoa da Santíssima Trindade, porque está decidindo quem vai para o céu e quem vai para o inferno. Mais uns dois anos e talvez, de lá do alto de sua sabedoria eterna, talvez dê um golpe de Estado no céu e se torne a primeira pessoa. Então talvez, mande Deus vir avisar quem você vai pôr no céu ou no inferno.
       Sua carta é pretensiosa. Sugiro que estude mais evangelismo e, em poucos anos, estará escrevendo cartas bem mais fraternas e bem mais serenas do que esta.
       Desejo de todo coração que você encontre bons pastores evangélicos. Há muitíssimos homens de Deus nas Igrejas evangélicas que ensinarão a você como ser um bom cristão e como respeitar a religião dos outros. Isso você parece que perdeu quando deixou de ser católico. Era um direito que você tinha: procurar sua paz. Mas parece que não a encontrou ainda, a julgar pela agressividade de suas palavras.

       Quanto a Maria, nenhum problema: é excelente caminho para Jesus. Até porque, quem está perto de Maria, nunca está longe de Jesus. Ela nunca se afastou. Tire isso por você mesmo. Se você se deu ao trabalho de me escrever uma carta para me levar a Jesus, e se acha capaz disso, imagine então o poder da Mãe de Deus! De Jesus ela entende mais do que você. Ou, inebriado com a nova fé, você se acha mais capaz do que ela? Se você pode sair por aí escrevendo cartas para aproximar as pessoas de Jesus, Maria pode milhões de vezes mais com sua prece de mãe. Ela já está no céu e você ainda está por aqui apontando o dedo contra os outros e decidindo quem vai ou quem não vai para lá.
       Grato por sua carta. Mostrou-me por que devo lutar pela compreensão entre as Igrejas. É por causa de gente como você.


Pe. Zezinho, scj
Julho de 1998