quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Orgulho X Paciência

"Aceita tudo o que te acontecer; na dor, permanece firme; na humilhação, tem paciência. Pois é pelo fogo que se experimentam o ouro e a prata, e os homens agradáveis a Deus, pelo cadinho da humilhação" (Eclo 2. 4-5).

    Um grande desafio para o homem é saber esperar com paciência. O homem, por si mesmo, quer fazer tudo com as próprias mãos, do seu jeito e no tempo que deseja. Nós temos, por natureza, essa característica: a de querer ter sempre o controle de tudo para que nada nos seja desfavorável. Mas a nossa paciência deve ser constantemente trabalhada na humildade.
     Querer ter o controle de tudo pode, de repente, nos tornar assoberbados. Quando nos encontramos no comando de alguma situação, nos sentimos poderosos e o nosso coração se enche de orgulho próprio, que não é fácil de largar. Às vezes, o descuido e a falta de exame de consciência nos fazem achar que estamos sempre certos e não queremos nos convencer do contrário.
 Contudo, quando isto acontece, temos a tarefa de vencer as barreiras construídas pelo orgulho e ir de encontro à reparação do erro e/ou à reconciliação com a pessoa a qual ferimos inconscientemente. Mas nem sempre tudo funciona como deveria. Algumas pessoas simplesmente não conseguem porque têm vergonha de serem humildes. Por isso, muitas discussões e sofrimentos são prolongados e momentos alegres, adiados.
     A injustiça nunca está longe do orgulho. E Deus nunca está longe do humilde. Tudo isso consiste em luta pessoal. Não trabalhar nossos defeitos é sinônimo de sofrimento e este, se estenderá também àquelas pessoas que convivem conosco ou que, de uma forma ou de outra, se importam e nos amam.
     Assim, o orgulho de uns vai exigir paciência de outros. Essa paciência pode ser muito dolorosa, quase insuportável. A vontade de desistir de esperar e agir novamente por nós mesmos, é constante. Mas quando nos deixamos nos guiar por Deus, Ele mesmo nos ensina a sermos pacientes e Se encarregará de, no tempo certo, desvendar os olhos dos orgulhosos.
    “No coração puro e humilde reside Deus, que é a própria Luz, e todos os sofrimentos e adversidades existem para que se manifeste a santidade da alma” (Diário de Santa Faustina, 573). A humildade e a paciência tornam-se apenas conseqüências para aqueles que estão em comunhão com Deus e por mais que tudo pareça estar contra eles, suas agonias não duram muito tempo, logo esvaem-se porque o Senhor os dá a força de suportar as injustiças e as irritações. Ele vai ao socorro dos que O amam sinceramente e como num milagre, os consolam no mar de Sua Misericórdia.
     Todo tipo de maldade, tudo aquilo que nos faz sofrer, põe à prova a nossa fé. E o que importa pra Deus é o quanto nós confiamos e esperamos Nele apesar das contradições e das dificuldades da vida.
     Esperar em Deus. Confiar em Deus. Eis o grande desafio!

Lívia Simões

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Relacionamentos no século XXI

Selinho na Boca
Intérpretes: Latino e Perlla

Se for dar um selinho na minha boca
Não pense que vai dar namoro
Fica me filmando desse jeito
Posso te hipnotizar

Selinho na boca la la la la la
Intimidade doida la la la la la
Selinho na boca la la la la la
Não posso ficar sem (smack smack)

Selinho roubado pode até ser normal
Se rola um sentimento pode até ser fatal
Intimidade doida que me deixa assim
No cantinho da boca do ouvido ao pescoço
  
Acesso à letra e ao vídeo desta música: HTTP://letras.terra.com.br/latino/1334670/


        À medida que vamos largando a nossa identidade infantil e adquirindo características adultas, começamos a vivenciar mais intensamente os relacionamentos.  E quando falamos em relacionamentos, não devemos concentrar nossa atenção apenas nos outros, mas principalmente em nós mesmos.
       Todo tipo de relação depende de duas ou mais pessoas, mas eles começam a partir da nossa vontade (interesse em algo ou alguém) e/ou da nossa aceitação para com o outro e suas respectivas idéias.
        Tudo o que se entende por isso, está atribuído, de uma forma ou de outra, à aprendizagem, seja por experiências boas ou ruins, que, por sua vez, jamais devem estar distantes da responsabilidade e do respeito a si e ao próximo.
        Isso vale para todas as idades, no entanto, os adolescentes ou aqueles que ainda não atingiram um grau de maturidade considerável, precisam de atenção e cuidados redobrados, principalmente porque quando vai-se atingindo essa etapa da vida, os amigos, geralmente da mesma faixa etária, passam a ser mais importantes que os familiares, portanto, não possuem uma boa bagagem de experiência para saberem quão perigosa pode ser determinada situação, muito menos fazem questão de possuírem um acompanhamento familiar.
        É importante saber viver com consciência: quando errando, aprendendo com o erro e evitando a todo custo repeti-lo; quando acertando, passando o exemplo adiante, pois outras pessoas poderão aprender conosco! Tudo isso vai, aos poucos, nos moldando num processo chamado autoconhecimento que, por sinal, é particular de cada um e não com base no que outros querem ou esperam de nós.
        Contudo, nem sempre a responsabilidade e a consciência estão presentes na vida dos jovens do nosso tempo. Os relacionamentos tornam-se cada vez mais líquidos e aquilo que tínhamos como valores, estão hoje banalizados.
        O fato é que atualmente há uma aceitação, uma influência gigantesca dos meios de comunicação e de outras pessoas nas escolhas e nos comportamentos juvenis. Muitos se espelham em artistas famosos (as) que, normalmente, não se apresentam dentro dos padrões éticos, morais e cristãos, mas criam outros novos com base na liberdade desregrada e numa responsabilidade disfarçada.
        Há também rapazes e moças e até pessoas do mesmo sexo, que, comumente, se beijam antes de saberem o nome um do outro; que fazem competição de quem beija mais numa festa e que se entregam à relações sexuais com desconhecidos. Além daqueles que, para satisfazerem seu ego pessoal e no pensamento de adquirir rapidamente uma adultez precoce, começam a se dar à bebidas alcoólicas e não raro deixam-se embriagar por elas. Sem contar com o uso de drogas, cada vez mais comum.
       Tudo isso tornou-se normal e completamente aceitável! Mas é aí que se encontra o perigo, pois quando nos esforçamos por procurar no lugar errado e do jeito errado aquilo que nos carece, corremos um sério risco de cair no vazio!  É como acordar no dia seguinte e saber que ainda somos os mesmos, que ninguém acrescentou nada de bom em nós, nem nós em ninguém, simplesmente porque escolhemos assim!
      Muitos jovens se deixaram ser descartáveis e não se deram ao respeito, animados por uma fútil idéia de liberdade sem limites, na ânsia de viver muito em pouco tempo, apenas “aproveitando a vida”, pouco se importam se se tornaram ou não na vergonha de seus pais ou desprezo de outros. 

A saída

     
      É preciso alimentar em nós o desejo de saber quem realmente somos e o que devemos fazer na nossa vida. A todas as pessoas foram dados talentos, qualidades e defeitos que podem ser aprimorados e solucionados mediante o esforço pessoal.
     Não existe ninguém sobre a face da Terra que seja perfeito. Estamos todos sujeitos ao erro constantemente, além das nossas fraquezas particulares. Por isso, é importante não se isolar, mas sim ser transparente em todas as circunstâncias e com todas as pessoas, principalmente com a nossa família; saber escolher bem nossas companhias e não fazer algo contra vontade só para estar incluído numa determinada regra ou grupo.
      Quando nos conhecemos, sabemos aquilo que é e o que não é para nós. Para isso, não é necessário deixar de passear, de dançar, de “curtir”, de namorar, mas fazer tudo isso se dando ao valor que nos foi conferido por Deus desde o ventre de nossas mães.
       Lembrem-se do que nos foi dito: Tudo é permitido, mas nem tudo convém.
       E para aqueles que têm o dom de escutar a voz de Deus no coração, que não deixem de obedecê-la. Ela pode nos salvar de muitas ocasiões vergonhosas.

Lívia Simões

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Em defesa da Vida!


"Todos os Cristãos jamais devem votar em pessoas abortistas ou filiar-se em partidos que defendem o aborto". João Paulo II

       O ser humano, por ele mesmo, já nasce com direitos e o primeiro deles é exatamente o de viver. Nos distinguimos dos outros animais. Pensamos e sentimos; somos capazes de construir obras gigantescas; elaborar planos e métodos eficazes em todas as áreas; resolver e criar fórmulas complexas; desvendar mistérios antigos e futuros. E mesmo com toda essa inteligência desenvolvida capaz de resolver tantas coisas, não somos tão poderosos a ponto de criar com as próprias mãos outro ser semelhante a nós.
       Nossa função é procriar, mas o milagre da vida não somos nós quem o realizamos, logo, se não somos nós quem damos a vida, a alma a um corpo, também não temos o direito de tirá-la de quem quer que seja, muito menos de alguém que não tem como se defender e somado a isso, é como um anjo vindo diretamente Daquele que o formou com as próprias mãos.
       E fazendo jus a toda capacidade humana mencionada logo mais acima, é compreensível dizermos que se há uma vida, há um valor. E este valor não começa a partir do nascimento da criança, mas no exato momento da fecundação. No útero materno, um corpo começa a se formar e junto a ele, já está a alma que dá vida ao corpo. Um não existe sem o outro.
       Muitos estudiosos e líderes religiosos se posicionam contra o aborto em todas as circunstâncias. Alguns até tomam essa postura independentemente da religião, contudo, é inevitável o choque entre a promoção da vida e as consequêcias sociais, daí a grande dificuldade de um acordo com as lideranças políticas e a compreensão da população sobre o que se quer alcançar em virtude, principalmente, da influência da propaganda partidária.
     Existem questionamentos acerca de permitir ou não uma vida indesejada ou que possa levar ao agravamento de um quadro social. O fato é que nada justifica impedir uma criança de nascer. Ela não tem culpa da maldade dos que já nasceram. Um aborto não apaga a violência do estupro, por exemplo, mas ao contrário, cria-se uma outra; muito menos resolverá o problema da fome e da miséria, além de ser sempre prejudicial à saúde da mulher.

Em nossas mãos!

        As verdadeiras mudanças não são aquelas propostas ou impostas pelos políticos ou pelos mais poderosos, mas sim por aqueles que realmente se preocupam com o valor do ser humano, com a vida, e, consequentemente, com a aplicação de medidas que visem a transformação da realidade.
       O que geralmente acontece é o fato de colocarmos a responsabilidade da decisão sempre nas mãos de outras pessoas, dos que detém o poder ou, simplesmente, entregamos tudo nas mãos de Deus, querendo que Ele faça algo Sozinho, como se fossa fé fosse morta.
       Mas é preciso lembrar que temos o livre arbítrio! Deus já entregou Seu Único Filho à morte e nos provou Seu imenso amor pela criação, pela Vida! E ainda nos deixou livres para escolhermos o que quisermos. Agora, somos responsáveis pelas nossas escolhas e ninguém jamais poderá responder em nosso lugar.
        Portanto, o segredo se esconde exatamente na consciência individual e, muito mais do que isso, na ação cotidiana capaz de transformar os rumos do futuro! 


Lívia Simões


terça-feira, 21 de setembro de 2010

Oração do Século XX


Senhor, fazei de mim
Um instrumento de comunicação.

Onde tantos enviam bombas e destruição,
Que eu leve uma palavra de união!

Onde tantos procuram ser servidos,
Que eu leve a alegria de servir!

Onde tantos fecham a mão para bater,
Que eu abra meu coração para acolher!

Onde tantos endeusam a técnica,
Que eu saiba humanizar a pessoa!

Onde a vida perdeu o sentido,
Que eu leve o sentido de viver!

Onde tantos me pedem um peixe,
Que eu saiba ensinar a pescar!

Onde tantos me pedem um pão,
Que eu saiba ensinar a plantar!

Onde tantos estão sempre distantes,
Que eu seja alguém sempre presente!

Onde tantos sofrem de solidão que faz morrer,
Que eu seja o amigo que faz viver!

Onde tantos morrem na matéria que passa,
Que eu viva no espírito que fica!

Onde tantos olham para a terra,
Que eu olhe para o céu!

Pe. Atílio Hartmann, S. J. 

A oração poética, escrita pelo Pe. Hartmann, se refere ao século passado, marcado principalmente pela ocorrência das duas Grandes Guerras Mundiais e o surgimento de inúmeras crises espalhadas pelo mundo. Nela, o autor se utiliza de paradoxos que nos fazem refletir sobre o que de fato acontece e o desejo de agir ao contrário da grande maioria.
Num mundo tão conturbado e ainda sofrendo os desastres da ignorância humana, Hartmann chama a atenção para o “ser diferente”, caminhar na direção oposta do mal. Realmente, a bondade e a verdade são como códigos que nos distinguem das outras pessoas.
É preciso trabalhar o que cada um tem de mais especial em favor do bem comum e mais do que simples gestos, estaremos mostrando a nossa personalidade ao doar aquilo que temos de melhor, pedindo sempre a orientação que vem do Alto!

Lívia Simões

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A procura da Felicidade

 
      Procuramos um sentido pra vida, algo que nos deixe extremamente felizes, algo pelo qual valha a pena lutar. Nessa busca, muitos se perdem e caem num vazio existencial que os fazem morrer cada dia um pouco mais; outros chegam à conclusão de que Deus não existe e tornam-se deuses de si mesmos; há também aqueles que acreditam Nele, mas não tem forças para lutar; e há ainda os que encontram Jesus e não enxergam maior valor em que possam entregar suas vidas.
      Agarramo-nos à pessoas e momentos que sejam capazes preencher o imenso vazio do nosso coração. Exigimos muito dos outros e de nós mesmos, numa procura desesperada pela felicidade.
     Despejamos nossa confiança e esperança em tudo aquilo que é imperfeito e só quando nos decepcionamos é que percebemos que estávamos errados ou que não valia tanto a pena assim... Queremos fazer tudo da nossa cabeça e esquecemo-nos de perguntar: Senhor, qual é o Teu plano pra minha vida? O que queres de mim?
      Eis pois que cheguei a conclusão de que não há nada nem ninguém que consiga ultrapassar Jesus! Ninguém é suficientemente bom a ponto de nos amar numa cruz e de nos perdoar sempre, mesmo sabendo que vamos errar logo mais a frente outra vez; ninguém pode nos oferecer a felicidade plena nem a vida eterna e ainda dividir conosco a melhor Mãe do mundo!
      Só Jesus pode nos transformar! Só Nele somos livres e encontramos a felicidade perfeita! E quando a tribulação chegar e a força acabar, o Seu amor nos sustentará porque escolhemos repousar à sombra do Altíssimo e Ele não há de nos abandonar!
                                                                                                                                           Lívia Simões